Considero-me jardineira desde a mais tenra idade, junto com os primeiros passos. Meus pais ensinavam o cuidado para com todas as plantas e o quanto é imprescindível prezar e valorizar essa arte para termos vida saudável e equilibrada.
Meu pai ganhou prêmio da Prefeitura de Caçapava do Sul, tamanho era o zelo dedicado para com cada árvore frutífera do seu querido e maravilhoso pomar. Observava as necessidades de cada uma e também das lavouras, eu esperava ansiosa o fim de semana para o acompanhar atentamente.
Não sei qual dos dois era mais jardineiro, minha mãe dizia: “Se eu não ver diariamente flores, é como se não pudesse respirar”. Eu passava 90% do dia no meio do pomar e das flores, explorava as cores, formas, sentia o perfume, sempre influenciada pelos comentários maternos. Até os 81 anos ela cuidou e preservou dos pomares, lavouras, hortas e os jardins.
A grama se estendia indefinidamente, como imenso tapete verde emoldurada por pés de frutíferas nativas como araticum-do-mato, guabiroba, amoras, butiás e outros. Compartilhavam os espaços com amor perfeito, begônias, orquídeas, rosas, etc.
Sua grande paixão eram as rosas, de várias espécies, cores e tamanhos, a espera era ansiosa na época da floração. Toda vez que alguém a visitava e tirava fotografias, dizia: “Saiu linda na foto com as rosas, parecia artista!”.
A dedicação e carinho para com as plantas foi um dos maiores legados de ambos, me são exemplares até hoje.
A importância dos pais ensinarem jardinagem para seus filhos é imensa, mesmo sendo apenas o cuidado de um vaso na janela do apartamento. Assim começa o aprendizado da valorização, do zelo e do respeito para com a vida vegetal e suas conexões maiores.
Prof.ª Eliete M M Fagundes